VOLTANDO À PALAVRA DE DEUS
A Igreja Brasileira tem experimentado dias de confusão doutrinária. Diversos mestres oferecem novas interpretações de doutrinas clássicas do cristianismo e muitos perguntam se é esse um novo mover do Espírito Santo ou uma nova onda de heresias dentro da Igreja. O neopentecostalismo, entre outros movimentos, é o que mais chama atenção. Seu crescimento numérico espantoso, sua crescente influência nos meios de comunicação, sua visível participação política, fazem do neopentecostalismo um dos maiores fenômenos religiosos da atualidade.
Por neopentecostalismo queremos definir aqueles sistemas doutrinários de origem pentecostal que, diferentemente do pentecostalismo tradicional, enfatizam saúde perfeita e prosperidade como direitos legais dos crentes. Aqui não estamos diretamente preocupados com as teologias liberais e neo‑ortodoxas que têm dominado o cenário contemporâneo das igrejas européias e americanas. Nosso enfoque concentra‑se nas novas tendências doutrinárias que encontram espaço e aceitação dentro das igrejas evangélicas e têm provocado uma mudança substancial na mentalidade dos cristãos em relação a aspectos importantes da doutrina e da vida cristã.
Desde já é importante lembrar que a crítica ao neopentecostalismo não implica na negação de todas as suas doutrinas e práticas. Algumas delas trazem consigo verdades bíblicas, muitas vezes negligenciadas por cristãos mais conservadores. Contudo, a abordagem bereana deve sempre governar toda a análise cristã de doutrinas que se apresentem como bíblicas.
Muitos cristãos sinceros recebem com reservas a iniciativa de se fazer uma análise do neopentecostalismo. Talvez seja o receio de se empreender uma perseguição preconceituosa ou até mesmo promover oposição à própria obra de Deus. Esse receio não é infundado, pois perseguição, preconceito e intolerância têm sido promovidos em nome da verdade religiosa. Mas isso não deve nos levar ao extremo, fazendo-nos crer que não existe necessidade de identificar e denunciar o erro. De fato, há diversas razões que nos levam a estudar de forma crítica o neopentecostalismo.
Uma atitude de completa abertura não é recomendada nas Escrituras. Pelo contrário, as advertências são tantas e tão fortes que não podem de maneira nenhuma deixar de ser ouvidas. Antes de mais nada, é importante lembrar as advertências da própria Palavra de Deus. Todos os textos a seguir demonstram a necessidade do povo de Deus estar atento aos desvios que podem acontecer o realmente acontecem: Mt 7:15-23; Mt 24:11; Mt 11:32; At 17:11; Jd 3; 1 Jo 4:1; 2 Pe 2:1-3; Fl 4:17-19. Todas estas advertências, e muitas outras, foram inspiradas por um Deus onisciente, conhecedor das inclinações do coração humano e dos desígnios malignos e destruidores de Satanás. Tal ênfase bíblica torna injustificável a negligência de uma boa parte dos líderes responsáveis pelo rebanho do Senhor no que se refere à infiltração de falsos ensinos.
Apesar do crescimento numérico espantoso dos evangélicos no Brasil, poucos ousariam afirmar que a igreja goza de perfeita saúde e maturidade. É perceptível dentro da comunidade evangélica a mesma dicotomia entre religião estabelecida e religião popular observada na Igreja Católica Romana. Enquanto as chamadas denominações históricas confessam oficialmente a fidelidade à ortodoxia e ortopraxia, a crença e prática nas milhares de comunidades evangélicas brasileiras apresentam um considerável desvio para tendências mais liberais e místicas. A falta de preparo e conhecimento bíblico é desanimadora em muitos casos. A ausência quase que completa de doutrina bíblica sólida, discipulado, disciplina, orientação ética, tem dado à igreja brasileira uma reputação de igreja do "jeitinho". O relativismo parece estar afetando radicalmente a identidade evangélica. Dentro desse contexto toma‑se premente considerar a situação das igrejas brasileiras.
É difícil encontrar uma igreja evangélica onde não exista influência das doutrinas neopentecostais. Elas têm alterado a vida de oração e leitura da Bíblia dos cristãos; tem reconfigurado a liturgia dos cultos; têm proposto novas alternativas de evangelização, têm sido pregadas e ensinadas nos púlpitos e nas salas de escola dominical. Líderes de expressão demonstram simpatia e aceitação para com essas novas doutrinas. Há poucos anos as doutrinas neopentecostais seriam recebidas com descrédito por boa parte da liderança. Hoje isso não é verdadeiro.
Nenhuma delas ganharia tanto espaço dentro das igrejas evangélicas se estas estivessem bem nutridas com a Palavra de Deus. Os falsos ensinos tentam oferecer aos homens um meio fácil de resolver seus problemas. Quem não quer gozar de perfeita saúde, prosperidade financeira e bem estar emocional? Mas, no geral, tais promessas entram na categoria do charlatanismo, levando pessoas simples ou ao orgulho espiritual, ou à decepção, frustração e ceticismo.
O neopentecostalismo não deixa de ter seus pontos positivos, mas no cômputo geral, tem trazido sérios prejuízos para a vida individual dos crentes e para a igreja como comunidade. As neoteologias procuram preencher vácuos deixados pelas igrejas históricas como o desejo pelo sobrenatural e uma experiência de vida cristã mais vibrante e participativa. Por falta de alternativas, uma proposta dinâmica, ainda que doutrinariamente errônea, torna‑se a opção mais próxima e atraente. Contudo, a história da igreja demonstra que o erro, por mais sinceridade e zelo que haja por parte dos seus promotores, sempre conduz a igreja a sérios problemas cedo ou tarde. A Igreja, seduzida pela emoção da experiência, tem se esquecido da sabedoria dos bereanos e se deixado levar "por doutrinas várias e estranhas."
A situação atual exige uma volta à Palavra de Deus. A questão crucial que se apresenta diante da igreja evangélica brasileira é se ela confessará e lutará pelo princípio da reforma protestante: Sola Scriptura. Os liberais há muito abandonaram a Bíblia como única e suficiente regra de fé e prática. Atualmente o maior perigo e o maior desafio estão naqueles que, professando uma fé evangélica, negam a plena suficiência das Escrituras. É comum ouvir‑se uma frase antes inconcebível para os reformadores: "A Bíblia não traz tudo." De fato, a Bíblia trabalha mais com princípios do que com fórmulas e por isso ela mantém sua relevância através dos séculos. Engenharia genética, informática, física quântica não são assuntos mencionados na Bíblia e cabe a nós, descobrirmos e interpretarmos os princípios que devem reger essas áreas do empreendimento humano de forma que agrade a Deus. Mas aquela expressão tenta comunicar outro elemento bem mais sutil. "A Bíblia não traz tudo” é uma maneira de justificar crenças e práticas novas sobre as quais as Escrituras simplesmente mantêm silêncio. Em última análise, Sola Scriptura é um conceito obsoleto e caduco, pronto a dar lugar a um outro mais moderno, científico e pragmático. Há novas descobertas. Há novos métodos. Há novas doutrinas. A teoria evolucionista estendeu e ocultou sua rede, espreitando incautos com seu mito de progresso humano e caducidade do passado.
A situação atual exige uma volta à Palavra de Deus como única e suficiente regra de fé e prática. Valorizar as novidades em detrimento da clara e expressa revelação de Deus constitui‑se numa rebelião ao Legislador do Universo, um questionamento à sua sabedoria e um desprezo à sua vontade. Abrir mão de Sola Scríptura é abrir mão do evangelho de Jesus Cristo. É deixar de ser cristão, no seu sentido original.
Jorge Issao Noda
A Igreja Brasileira tem experimentado dias de confusão doutrinária. Diversos mestres oferecem novas interpretações de doutrinas clássicas do cristianismo e muitos perguntam se é esse um novo mover do Espírito Santo ou uma nova onda de heresias dentro da Igreja. O neopentecostalismo, entre outros movimentos, é o que mais chama atenção. Seu crescimento numérico espantoso, sua crescente influência nos meios de comunicação, sua visível participação política, fazem do neopentecostalismo um dos maiores fenômenos religiosos da atualidade.
Por neopentecostalismo queremos definir aqueles sistemas doutrinários de origem pentecostal que, diferentemente do pentecostalismo tradicional, enfatizam saúde perfeita e prosperidade como direitos legais dos crentes. Aqui não estamos diretamente preocupados com as teologias liberais e neo‑ortodoxas que têm dominado o cenário contemporâneo das igrejas européias e americanas. Nosso enfoque concentra‑se nas novas tendências doutrinárias que encontram espaço e aceitação dentro das igrejas evangélicas e têm provocado uma mudança substancial na mentalidade dos cristãos em relação a aspectos importantes da doutrina e da vida cristã.
Desde já é importante lembrar que a crítica ao neopentecostalismo não implica na negação de todas as suas doutrinas e práticas. Algumas delas trazem consigo verdades bíblicas, muitas vezes negligenciadas por cristãos mais conservadores. Contudo, a abordagem bereana deve sempre governar toda a análise cristã de doutrinas que se apresentem como bíblicas.
Muitos cristãos sinceros recebem com reservas a iniciativa de se fazer uma análise do neopentecostalismo. Talvez seja o receio de se empreender uma perseguição preconceituosa ou até mesmo promover oposição à própria obra de Deus. Esse receio não é infundado, pois perseguição, preconceito e intolerância têm sido promovidos em nome da verdade religiosa. Mas isso não deve nos levar ao extremo, fazendo-nos crer que não existe necessidade de identificar e denunciar o erro. De fato, há diversas razões que nos levam a estudar de forma crítica o neopentecostalismo.
Uma atitude de completa abertura não é recomendada nas Escrituras. Pelo contrário, as advertências são tantas e tão fortes que não podem de maneira nenhuma deixar de ser ouvidas. Antes de mais nada, é importante lembrar as advertências da própria Palavra de Deus. Todos os textos a seguir demonstram a necessidade do povo de Deus estar atento aos desvios que podem acontecer o realmente acontecem: Mt 7:15-23; Mt 24:11; Mt 11:32; At 17:11; Jd 3; 1 Jo 4:1; 2 Pe 2:1-3; Fl 4:17-19. Todas estas advertências, e muitas outras, foram inspiradas por um Deus onisciente, conhecedor das inclinações do coração humano e dos desígnios malignos e destruidores de Satanás. Tal ênfase bíblica torna injustificável a negligência de uma boa parte dos líderes responsáveis pelo rebanho do Senhor no que se refere à infiltração de falsos ensinos.
Apesar do crescimento numérico espantoso dos evangélicos no Brasil, poucos ousariam afirmar que a igreja goza de perfeita saúde e maturidade. É perceptível dentro da comunidade evangélica a mesma dicotomia entre religião estabelecida e religião popular observada na Igreja Católica Romana. Enquanto as chamadas denominações históricas confessam oficialmente a fidelidade à ortodoxia e ortopraxia, a crença e prática nas milhares de comunidades evangélicas brasileiras apresentam um considerável desvio para tendências mais liberais e místicas. A falta de preparo e conhecimento bíblico é desanimadora em muitos casos. A ausência quase que completa de doutrina bíblica sólida, discipulado, disciplina, orientação ética, tem dado à igreja brasileira uma reputação de igreja do "jeitinho". O relativismo parece estar afetando radicalmente a identidade evangélica. Dentro desse contexto toma‑se premente considerar a situação das igrejas brasileiras.
É difícil encontrar uma igreja evangélica onde não exista influência das doutrinas neopentecostais. Elas têm alterado a vida de oração e leitura da Bíblia dos cristãos; tem reconfigurado a liturgia dos cultos; têm proposto novas alternativas de evangelização, têm sido pregadas e ensinadas nos púlpitos e nas salas de escola dominical. Líderes de expressão demonstram simpatia e aceitação para com essas novas doutrinas. Há poucos anos as doutrinas neopentecostais seriam recebidas com descrédito por boa parte da liderança. Hoje isso não é verdadeiro.
Nenhuma delas ganharia tanto espaço dentro das igrejas evangélicas se estas estivessem bem nutridas com a Palavra de Deus. Os falsos ensinos tentam oferecer aos homens um meio fácil de resolver seus problemas. Quem não quer gozar de perfeita saúde, prosperidade financeira e bem estar emocional? Mas, no geral, tais promessas entram na categoria do charlatanismo, levando pessoas simples ou ao orgulho espiritual, ou à decepção, frustração e ceticismo.
O neopentecostalismo não deixa de ter seus pontos positivos, mas no cômputo geral, tem trazido sérios prejuízos para a vida individual dos crentes e para a igreja como comunidade. As neoteologias procuram preencher vácuos deixados pelas igrejas históricas como o desejo pelo sobrenatural e uma experiência de vida cristã mais vibrante e participativa. Por falta de alternativas, uma proposta dinâmica, ainda que doutrinariamente errônea, torna‑se a opção mais próxima e atraente. Contudo, a história da igreja demonstra que o erro, por mais sinceridade e zelo que haja por parte dos seus promotores, sempre conduz a igreja a sérios problemas cedo ou tarde. A Igreja, seduzida pela emoção da experiência, tem se esquecido da sabedoria dos bereanos e se deixado levar "por doutrinas várias e estranhas."
A situação atual exige uma volta à Palavra de Deus. A questão crucial que se apresenta diante da igreja evangélica brasileira é se ela confessará e lutará pelo princípio da reforma protestante: Sola Scriptura. Os liberais há muito abandonaram a Bíblia como única e suficiente regra de fé e prática. Atualmente o maior perigo e o maior desafio estão naqueles que, professando uma fé evangélica, negam a plena suficiência das Escrituras. É comum ouvir‑se uma frase antes inconcebível para os reformadores: "A Bíblia não traz tudo." De fato, a Bíblia trabalha mais com princípios do que com fórmulas e por isso ela mantém sua relevância através dos séculos. Engenharia genética, informática, física quântica não são assuntos mencionados na Bíblia e cabe a nós, descobrirmos e interpretarmos os princípios que devem reger essas áreas do empreendimento humano de forma que agrade a Deus. Mas aquela expressão tenta comunicar outro elemento bem mais sutil. "A Bíblia não traz tudo” é uma maneira de justificar crenças e práticas novas sobre as quais as Escrituras simplesmente mantêm silêncio. Em última análise, Sola Scriptura é um conceito obsoleto e caduco, pronto a dar lugar a um outro mais moderno, científico e pragmático. Há novas descobertas. Há novos métodos. Há novas doutrinas. A teoria evolucionista estendeu e ocultou sua rede, espreitando incautos com seu mito de progresso humano e caducidade do passado.
A situação atual exige uma volta à Palavra de Deus como única e suficiente regra de fé e prática. Valorizar as novidades em detrimento da clara e expressa revelação de Deus constitui‑se numa rebelião ao Legislador do Universo, um questionamento à sua sabedoria e um desprezo à sua vontade. Abrir mão de Sola Scríptura é abrir mão do evangelho de Jesus Cristo. É deixar de ser cristão, no seu sentido original.
Jorge Issao Noda
A coisa é mesmo séria Pr. jorge, sempre que ministro na igreja, levo meus ouvintes a refletir sobre tal postura adotada por tantos líderes de renome em nosso meio.
ResponderExcluirO mais grave, é que a mensagem de arrependimento para perdão dos pecados, foi banida dos púlpitos. É como se não fossemos mais pecadores, só pessoas merecedoras de das beneces divina.
Que Deus tenha piedade dos tantos brasileiros, que ainda não foram alcançados pelo poder restaurador do Evangelho de Cristo, e os conduza as comunidades cristãs que preguem o evangelho autentico.